TRANSPORTES COLETIVOS EM CAMPOS: DEFINITIVAMENTE FORA DA ORDEM

O setor de transportes coletivos, em Campos, é singular. Aqui, a prefeitura é concessionária das linhas e subsidiadora das passagens. Pode-se afirmar, peremptoriamente, que temos transportes estatais. Os empresarios do ramo foram transformados em parceiros de uma inusitada empreitada público/privada: à estes senhores, cabem, unicamente, os meios; o resto é do governo.

Isto posto, fica a pergunta coveniente: como reagirão os meios de fiscalização, de defesa do interesse difuso, de preservação do direito do cidadão diante da afirmação do dirigente sindical dos trabalhadores em empresas de transportes de passageiros de Campos que haverá greve amanhã? E ainda mais, sob os argumentos que os funcionários estão com salários atrasados, não há reposição de horas extras e nem pagamento de adicional noturno.

Definitivamente, há alguma coisa fora da ordem. A prefeitura concede a linha, subsidia a passagem, ela própria se fiscaliza - ainda assim contrata auditoria particular para rastrear fraudes denunciadas por passageiros - sonega o direito do trabalhador e agora a população que, em primeira e ultima instâncias, banca a farra toda, vai  ficar privada do transporte público?

Que a Câmara Municipal subserviente prevarique diante do caos, não é compreensível, mas é previsível. Mas dos outros poderes soberanos a sociedade espera a reação de ofício, no mínimo.