terça-feira, março 13, 2012

SINDIPETRO-NF REVERENCIA 11 ANOS DA TRAGÉDIA DA P-36


Na Bacia de Campos são registrados por dia uma média de sete
acidentes, sem contar as subnotificações

Após o acidente ocorrido com a P-36 que causou a morte de 11
petroleiros depois de uma série de explosões, a data de 15 de março se
tornou um marco na luta da categoria petroleira por condições seguras
de trabalho. O acidente aconteceu em 2001 e, de lá para cá, todos os
anos os petroleiros realizam atos em mobilizações para não deixar que
caia no esquecimento.

Esse ano, Sindipetro-NF promove nos próximos dias 14 e 15 evento e
atos públicos para marcar a passagem da tragédia da P-36. No dia 14,
será realizada uma mesa de debates, às 17h30, com o tema “Interdições
e Autuações na Bacia de Campos”, na sede de Macaé. No dia 15, a partir
das 7h30, acontecerão manifestações com a participação dos
trabalhadores, parentes e vítimas de acidentes, nos aeroportos de
Macaé, Farol de São Tomé e Cabo Frio.

Segundo dados da FUP, além dos familiares e amigos dos 11 companheiros
mortos naquele acidente, mais 300 famílias choram a morte de outros
petroleiros vítimas de acidentes de trabalho no Sistema Petrobrás.  Na
Bacia de Campos ocorreram 129 óbitos de 1998 até o momento, sendo que
85 foram de terceirizados e 34 de empregados da Petrobrás. Apesar do
grande número de subnotificações de acidentes, o Departamento de Saúde
recebeu um registro de 2.380 Comunicados de Acidentes de Trabalho em
2011. Uma média de sete acidentes são registrados por dia, sem contar
os que são ocultados.

Para que mais acidentes não aconteçam a diretoria do NF acredita que é
necessário o engajamento dos trabalhadores nas campanhas e
mobilizações por condições seguras de trabalho.

O Sindipetro-NF tem denunciado insistentemente o sucateamento de
algumas unidades marítimas da Petrobrás, ocasionadas pelo descaso com
a manutenção, a precariedade de segurança e a redução de efetivo nas
plataformas. Tudo isso para que a produção seja mantida a qualquer
preço.

Nos últimos dois anos, a participação da categoria através do envio de
pendências de segurança nas plataformas levou à interdição de 13
unidades marítimas da Petrobrás, Brasdrill, Seadrill e Noble.

Impactos da insegurança sobre os números da Petrobrás

Estimativa produzida pelo Dieese, a pedido do Sindipetro-NF, mostra
que aproximadamente um milhão de barris de petróleo (1.028.320)
deixaram de ser produzidos em 2011 em razão das interdições em
plataformas na Bacia de Campos. O levantamento levou em consideração a
produção das unidades nos dois anos anteriores, no mesmo período em
que estiveram paradas no ano passado. Esta produção perdida seria
capaz de gerar uma receita de aproximadamente 116 milhões de dólares
para a Petrobrás.

 O volume de óleo que deixou de ser produzido equivale a meio dia de
produção de petróleo em todo o país. Atualmente, o Brasil produz cerca
de dois milhões de barris diários.

 O sindicato solicitou o levantamento das perdas para demonstrar o
quanto seria mais econômico para a companhia se ela tivesse uma
política de segurança que não deixasse as áreas operacionais chegar ao
ponto de serem interditadas. Para a entidade, a segurança não tem
preço e os prejuízos não devem ser lamentados, mas chama atenção o
fato de que, até mesmo pela lógica do mercado, a insegurança gera
perdas para a empresa.


ascom

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