domingo, janeiro 01, 2012

DIRETORA DO JOÃO VIANNA PEDE SOCORRO AO LUCIANO HUCK

MARIA CRISTINA TORRES LIMA
A carta abaixo foi enviada por mim, ontem, ao Luciano Huck. Preciso do apoio de TODOS os amigos do face, escrevendo no mural do Huck e pedindo que ele leia e ajude o Hospital Psiquiátrico Espírita Dr. João Viana, conforme explana a carta. Nossa situação é muito delicada, sem ambulância!! É um excelente começo de Ano Novo, vocês não acham? É colocar em prática o mandamento maior: Amar ao próximo como a ti mesmo. Segue a carta:

CARTA NUMA TARDE DE REVEILLON

Campos dos Goytacazes, 31 de dezembro de 2011.

Caro Luciano Huck.

São exatamente 13 horas e 19 minutos do dia 31 de janeiro de 2011.
Faltam, apenas, algumas horas para que o ano se encerre e outro se inicie!
Foguetes esparsos já se fazem ouvir e, como diz a inspirada poetisa campista “De novo, a falsa euforia...De novo, o engarrafamento...nas ruas... nas mesas. Alegria?! De novo, o vestido branco. De novo, papéis picados do Banco. De novo, tilintar das taças. De novo, o riso de graça. De novo, praia cheia- oferendas na areia. De novo, o comer de uvas, lentilhas.De novo, catador de latas vazias.De novo....De novo...Novamente a espera por bonança. A E S P E R A N Ç A.”
Na tarde abafada de verão, sento-me ao computador, tendo por companhia a certeza de que mais um ano se passou. Trezentos e sessenta e cinco dias desfilaram diante de nós, plenos de vida e tingidos das mais diversas cores, desde a mais vibrante, que marca os momentos de conquista e a explosão da alegria, até aquela que colore os nossos dias de tristeza e angústia, o cinza, o nublado, o sem-cor.
Percorro, em pensamento, os corredores do Hospital Psiquiátrico Espírita Dr. João Viana e fico imaginando que para os 120 (cento e vinte) pacientes, mantidos em sistema de internação, esse é um dia igual a todos os outros que se foram e que, certamente, virão!
Há 81 anos, em 1930, surgia, do gesto abnegado e humanitário do grupo que fundou a Liga Espírita de Campos, o “Abrigo Dr. João Viana”, instituição filantrópica ( o paciente não paga), sem fins lucrativos, que tinha por objetivo amparar os doentes mentais que eram, na época, encaminhados para os presídios, no caso de nossa cidade, para o Presídio da Coroa.
Assim, uma pequena casa foi alugada e seis doentes passaram a receber não apenas o tratamento prescrito, alimentação adequada e tudo de que carece um ser humano, mas assistência espiritual, carinho e solidariedade. Era cumprida, dessa forma, a máxima Kardequiana que diz : “Todos os deveres do homem se encontram resumidos na máxima: fora da caridade não há salvação".
Durante um bom tempo, o Abrigo sobreviveu de doações e do trabalho voluntário, mas, com o advento da previdência social e a regulamentação de diretrizes e exigências adotadas pelo Ministério da Saúde e específicas para o setor, ficou inviável a manutenção dos serviços sem cadastramento ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Atualmente, a verba recebida do Governo Federal, através do SUS, é complementada pela Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes em 34% do seu valor e, mesmo assim, é matematicamente impossível fazer frente às inúmeras despesas decorrentes da internação, cujos itens estão sendo, constantemente, majorados, como medicamentos, sem falar na manutenção das instalações e equipamentos, pois o doente psiquiátrico tem características muito próprias, exigindo uma ampla abordagem terapêutica, estruturada sobre uma diversificada rede de assistência que tem por finalidade ajudar as pessoas em sofrimento.
Por outro lado, os salários dos corpos técnico, administrativo e de apoio requerem, igualmente, complementação, já que a tabela do SUS encontra-se defasada há muitos anos e não há como desconhecer que o trabalho em um hospital psiquiátrico é diferenciado dos demais hospitais, exigindo do especialista e do técnico um desenvolvimento mais completo, uma compreensão mais notável e uma maior preocupação no que se refere ao relacionamento com o paciente.

“O doente mental merece respeito. É um ser humano pleno de dignidade. Não se pode voltar aos tempos medievais quando eles eram expulsos da convivência social. Feito o lixo das ruas…” (Antonio Mourão Cavalcante – Professor Titular e chefe do Serviço de Psiquiatria da Faculdade de Medicina/UFC)

Se não nos sobra dinheiro, a falta dele é uma realidade à qual não podemos fugir!
Se, nesta noite de Reveillon, enquanto muitos se divertem e festejam a virada do ano, um irmão nosso em humanidade necessitar ser acolhido para internação; ou se algum paciente tiver recebido alta guardando a expectativa de estar com a família à meia-noite, será impossível atender a ambas as situações, pelo simples fato de que a ambulância que serve ao Hospital, de tão velha, rodada e reformada, não consegue sair da garagem!
Não se espante, caro Luciano, mas é a pura verdade!
Apesar dos inúmeros esforços, de incontáveis pedidos a várias instâncias públicas e políticas, NÃO CONSEGUIMOS QUE ALGUÉM SE SENSIBILIZE e nos doe o veículo!
Assistindo ao seu programa, o “Caldeirão”, e presenciando os benefícios e ajudas que você tem dado aqueles que se movimentam em favor do próximo, foi que me animei a te escrever.
Neste momento, ecoam, em meu íntimo, o trecho da 1ª carta do apóstolo Paulo aos Coríntios, capitulo XIII, versículos 1-13, que diz:
"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse caridade, nada seria.
E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse caridade, nada disso me aproveitaria.
A caridade é sofredora, é benigna; a caridade não é invejosa; não trata com leviandade; não se ensoberbece.
Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal. Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade.
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade. Mas a maior destas é a caridade"

Não é com pouca fé que vou cumprir os requisitos e as etapas da inscrição no “Lata Velha”, mas, eu precisava te falar, através destas linhas, para dividir com alguém que tem um coração enorme e que sabe, como poucos, colocar em prática o ensinamento do saudoso Francisco Cândido Xavier: "O Cristo não pediu muita coisa, não exigiu que as pessoas escalassem o Everest ou fizessem grandes sacrifícios. Ele só pediu que nos amássemos uns aos outros."

Antecipando meus agradecimentos pela atenção,
Atenciosamente
Maria Cristina Torres Lima, pela Diretoria da Liga Espírita de Campos, Rio de Janeiro
E-mail: cristinatlima@terra.com.br
Telefones para contato: (22) 2723 5629/ 2737 1570 ou: (22) 9904 8963

7 comentários:

  1. geraldo Lopes Raphael1 de janeiro de 2012 às 19:34

    Belíssima iniciativa da Professora Cristina Lima. Vou orar e pedir a Deus que ela consiga este feito, pois trata-se de uma mulher bonita, sensível, culta e focada numa causa esquecida por nossas autoridades.

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  2. começou errada na carta , janeiro ou dezembro?

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  3. Erro é a omissão ou o compadrio com esse governo de merda!
    Fernando

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  4. Campos não tem jeito cidade rica ou pobre? Só aparece na tv em manchetes e essa infelizmente será mais uma oportunidade de aparecer , só que por necessidade do abrigo, tomara que consigam essa ajuda já que não conseguem de outro jeito.

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  5. Belas palavras. Certamente surgirá um eco em prol desta açao. Uma pena termos um vice prefeito médico e a cidade assistir esse tipo de coisa.

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  6. esse vice, como politico é um bom médico

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  7. Esse vice parece com a careca do escobar . kkkkkk

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