RETROSPECTIVA 2011

 

Vai alta a madrugada desta segunda feira imprensada entre o Natal e o Ano Novo. Estou aqui organizando uma retrospectiva dos escândalos do governículo municipal. São muitos para todos os desgostos. 

Não seguirei uma ordem cronológica porque ao buscá-los, na pesquisa, eles brotam aos borbotões. Vamos reproduzindo ao longo da semana. Não tive como editá-los em forma de jornal impresso, como foi sugerido pelos leitores do blog, lamentavelmente.

Hoje reproduzimos este aí: a gênesis da fraude do cartão cidadão. Para a avivar a memória coletiva e lembrar as autoridades que lhes cabe reagir em nome da lei, da ordem republicana, do Estado de Direito e da combalida Justiça brasileira.

Postagem do dia 5 de novembro:

Distante, muito distante do que disse, hoje de manhã, na Radio Diario, pela prefeita de Campos, a fraude do cartão-cidadão não foi descoberta pelo governo municipal que, por via de consequências, tomou providências para cessar a sangria dos recursos públicos, foi denunciada por usuários do sistema, que invocaram a presença de um vereador da base governista para o flagrante.

Fizeram o trajeto Centro-Goytacazes e pagaram, na Viação Caiçara (Itapemirim) como se tivessem viajado do Centro a Farol de São Tomé. Depois disso, varios outros passageiros revelaram denuncias semelhantes em outros trajetos e outras empresas, até que o caso foi protocolado no Ministério Público Estadual, onde se transformou em inquérito civil público.

O governo, nesse tempo todo, manteve-se mudo, omisso e irresponsável. A falácia que os repasses à operadora do sistema, RioCard, foram suspensos porque a fraude está sendo apurada tem a consistência de um sorvete sob o sol de janeiro. Tanto é assim que a própria EMUT se apressou em responder que já havia se manifestado, por ofício à RioCard, reiterando intenção de renovar a parceria. A operadora sim, reclamou do prazo vencido do contrato e ameaçou suspender a passagem a 1 real.

A prefeita agora fala em fraude, mas não nomina as empresas fraudadoras, o que coloca todas sob suspeição e, convenientemente, lança dúvidas sobre o envolvimento de funcionários das viações nos desvios de recursos. Por derradeiro, limita o uso do cartão a 4 vezes ao dia, sem critério algum e dá por resolvido um mega escândalo que, qual iceberg, mostra uma pequena ponta, quando seu corpo disforme ainda está submerso.

Leia (aqui) um resumo desta estória cavernosa.