quinta-feira, dezembro 29, 2011

O VALÃO DA DISCÓRDIA E A SÁBIA VOZ DAS RUAS

(Por e-mail)

POR FAVOR, SE PUDER COLOQUE ESTE COMENTÁRIO QUE LI NA FOLHA DA MANHÃ, COMO MATÉRIA EM SEU BLOG, POIS EU TENTEI COPIAR NOS COMENTÁRIOS DO SEU BLOG ,  MAS O TEXTO É MUITO GRANDE  E  NÃO ACEITOU. O ASSUNTO É  SOBRE AS OBRAS DO CANAL CAMPOS MACAÉ , QUEM SABE SE A POPULAÇÃO AGORA POSSA ENTENDER O CUSTO PREJÍZO QUE A CIDADE TOMOU, PORQUE DE CUSTO BENEFÍCIO NADA TEM, APENAS O DINHEIRO QUE DEVE TER CIRCULADO NO BOLSO DE UM SÓ.

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Prezados Senhores,
  • Sou assídua leitora do jornal Folha da Manhã e de todos os seus blogs, porém raramente faço um comentário, pois não gosto de misturar minhas opiniões pessoais e particulares com aspectos técnicos e profissionais. Mas essa polêmica e todas as informações que estão sendo vinculadas, são demais para mim.
    Inicialmente gostaria de me identificar, sou engenheira civil, campista de coração (não de nascimento, mas verdadeiramente amo essa cidade), trabalhei no governo do Dr. Arnaldo (com muito orgulho e respeito), faço parte do comitê da bacia Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul (o canal Campos – Macaé está nessa bacia). Logo, posso dizer com certa propriedade que conheço bem canais, sistemas de drenagem, Campos, obras públicas, etc.
    Quanto a “fazer parte da boquinha de Arnaldo”, eu aconselharia um olhar um pouco mais atento sobre as pessoas que ocupam os cargos comissionados do atual governo. Curiosamente são as mesmas pessoas que sempre ocuparam nos últimos anos / governos. Sabem o por que disso? Muitas dessas pessoas não tem ideologia ou ética, apenas apego ao cargo e as vantagens que provêm do cargo. Ou seja, os que fazem parte de “boquinhas”, são os mesmos no governo A ou B ou ainda C. Como o dito popular: muda a “coisa”, mas as moscas são as mesmas!
    As principais questões em torno da polêmica são técnicas e não políticas. Veja bem, mesmo não sendo do grupo político atual, reconheço algumas de suas realizações como positivas e engenhosas. Mas a respeito dessa intervenção, não vejo engenhosidade ou positivismo. Trabalhei anos com orçamento e planejamento de obras públicas e essa é uma afronta a tudo que envolve as matérias da área. O custo de mais de R$ 18.000.000,00 para 850m de intervenção é absurdo. O valor por metro é algo em torno de R$ 22.000,00. Ou seja, com o dinheiro de 2m de canal, podia-se comprar uma casa popular pelo programa da CEF (que vale R$ 34.000,00); ou podia-se ainda comprar um carro zero, popular. E isso com apenas 2m!
    Tem-se informações, não confirmadas, de que a empresa ganhadora da licitação teria conseguido fazer um aditivo de prazo e de preço, aumentando ainda mais essa quantia. Porém, o atual governo não se dignou a responder aos ofícios encaminhados pedindo informações sobre a obra.
    Nos ditos ofícios pedia-se respostas aos questionamentos que estão na cabeça de muitos cidadãos: Prazo, valor, o que vai ser feito (projeto), licença ambiental, controle tecnológico, e cronograma de pagamentos.
    Em relação ao projeto, seria de bom tom, que uma obra no coração da cidade, com tamanho impacto na vida de todos os que vivem ou transitam pelo local, tivesse sido discutida com a sociedade. E não imposta como foi feita.
    Ainda em relação ao projeto, o questionamento sobre a diminuição do número de vagas para estacionamento de veículos é autêntico. Veja bem, qualquer município que planeja equilibradamente seu crescimento se preocupa com esse item. As ações recomendadas são de verificação de fluxo para posterior direcionamento deste e acomodação dos veículos. Ações integradas de meios de transporte complementares e o cronograma de implementação das ações também devem ser levados em conta. Infelizmente constatou-se que nada disso foi pensado.
    Quanto à ciclovia, ela existe sim. Trata-se de uma faixa marcada no piso. O problema é que por falta de guarda-corpo ou outra barreira física, os pedestres dividem o espaço com os ciclistas. Outro item tecnicamente equivocado. É um risco à integridade física tanto do pedestre quanto do ciclista tal interatividade nas calçadas. Um simples meio-fio ao longo da ciclovia resolveria o problema. Porém, a construção dessa barreira, tornaria evidente outro problema: a pequena largura da faixa destinada à ciclovia. Não me preocupei em medir com uma trena para informar exatamente a largura, mas deve ser algo em torno de 1m a largura da ciclovia, o que permite a passagem de uma bicicleta por vez. As ultrapassagens ocorrem SEMPRE na faixa destinada aos pedestres, o que aumenta a possibilidade de acidentes.
    Falando das “partes ocas”, realmente haviam alguns pontos onde sob as placas o terreno havia erodido, formando essas situações. Porém, sabe-se a boa técnica que o plantio de árvores é altamente recomendado para a contenção de material. Inclusive, esses ipês, foram plantados com esse fim, ajudar a conter o tereno no entorno do canal. Não posso opinar se ipê é ou não a espécie indicada para tal, mas posso afirmar com total convicção que o desmatamento total conforme foi executado também não é o indicado. Muito ao contrário, possivelmente dentro de alguns anos teremos mais “partes ocas” oriundas do carregamento de partículas de solo, que estão sem qualquer proteção sob as placas, agora que não há raízes que as contenha.
    Quanto ao “tombamento”, ele existe também, mas por um erro técnico foi tombado as calhas do canal e aquilo que está entre elas. Ou seja, aquela área que vai de um ponto onde começam as placas de um lado até onde terminam essas placas do outro, passando pelo canal propriamente dito. As margens ou o entorno não fazem parte do documento de tombamento. Nesse ponto a questão é mais ética do que técnica: A intenção do tombamento é preservar a memória do local, é lembrar a população que um dia o Imperador Pedro II visitou nossas terras e sua “estrada”, foi esse canal. Não se tem como imaginar o Imperado Pedro II, com sua comitiva passando sob essa alegoria carnavalesca na qual o canal foi transformado. Se tecnicamente o tombamento não atinge as margens ou o entrono do canal; ética, moral e historicamente falando, tais áreas estão automaticamente incluídas. A questão é que ética e moral não fazem parte de documentos oficiais e sim de comportamento e atitude de quem utiliza e interpreta os tais documentos.
    Quanto a cobrir em caráter definitivo o canal, não é a solução para nenhum dos problemas, a solução seria a definitiva remoção de todas as ligações clandestinas de esgoto, a limpeza e dragagem completa do canal e o conserto da comporta na ligação com o Rio Paraíba para a regulação do fluxo do canal.
    Aliás a colocação dos arcos impede a limpeza (dragagem do canal), por conta desse questionamento é que se tem dúvida da existência de uma licença ambiental. Não imagino que os técnicos do INEA tenham autorizado a instalação de estruturas no canal que inviabilizem sua manutenção. É improvável! Mas também não se pode imaginar que o INEA não soubesse da obra e então por que motivo não se tomou nenhuma medida a respeito disso? Devo informar que o INEA localiza-se na continuação da Beira-Valão, a pouco mais de 100m da referida obra.
    Em relação ao aspecto da obra, eu posso opinar não profissionalmente, mas como cidadã: ficou horroroso! Muito feio mesmo, nada é de bom gosto, desde os arcos à pintura, passando pelo guarda-corpo de concreto, à jardinagem. Nada combina com nada.
    Já conversei com amigos arquitetos e alguns urbanistas sobre minhas opiniões. Inicialmente até me critiquei por tais pensamentos e indaguei os técnicos da área, porém por unanimidade eles confirmaram que minhas observações procedem.
    Gostaria de encerrar dizendo que minhas colocações ou críticas não são de natureza política. Amo política, porém amo a política pura, não partidária, equilibrada que visa o bem geral, a harmonia entre os cidadãos.
    Não critico pessoas, eu as amo. Porém todas as pessoas podem cometer atos bons e ruins, fazer coisas certas e erradas, e para isso existem as críticas. As críticas podem nos fazer crescer e aprimorar, desde que sejam vistas de forma equilibrada.

    Ana Paula Paiva

    Engenheira Civil

6 comentários:

  1. Obs.Ana,veja as críticas de forma equilibrada,como você mesma orienta no post,não surte.Gostaria que seu perfil pessoal fosse tão bom quanto o seu profissional.Você faria sucesso conosco.Abraços.

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  2. A opinião desta engenheira foi de fundamental importância para mim, pois agora pude visualisar ainda mais o absurdo cometido pela prefeita com esta obra milionária.

    Vlw Ana Paula, parabéns.

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  3. O CANAL DA TITICA ENTROU PARA HISTÓRIA DE CAMPOS , POR SER UMA OBRA CARA . AINDA É O MAIOR VASO SANITÁRIO A CÉU ABERTO DO MUNDO . ESSE É O CARTÃO POSTAL MAS BONITO DE CAMPOS DITO PELA PREFEITA .

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  4. Será que realmente ela gostaria de fazer parte do seu cast, anônimo das 16:49?ela mesma diz que gosta de ética e transparência,cá entre nos são atitudes pouco comum no seu grupo.ou 22 mil por metro quadrado eh pouco pra vc?O triste e infelizmente eu tenho que reconhecer, que mesmo toda as porcarias mal feitas e superfaturads que vcs fazem eh mais que Arnaldo e alexandre fizeram.
    Te pergunto:isto exime vcs do avião preto?
    O que se tenta discutir aqui nao eh comparar mais mostrar que seu governo eh tão podre como os antecessores.

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  5. Parabens foi uma das mais sensatas críticas que li sobre o governículo.

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  6. PUXA VIDA ROSINHA, NÃO CONFUNDA O SEU GOVERNO COM O POVO.NÓS NÃO SOMOS MERDA.

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