À minha mãe, Djanira.
O vigário da matriz de São Fidélis
Montou guarda na porta frontal da nave.
Meu pai, morto, aguardava na rua
A benção final negada.
Meu pai, maçon e espírita,
autodidata, leitor compulsivo de romances brasileiros.
Minha mãe, filha de Maria,
Católica, apostólica, romana.
O féretro fez meia volta e seguiu solitário
ao seu destino.
No domingo seguinte,
Na missa das 10 horas,
Meu pai entra, enfim, na santa madre igreja,
Acolhido no coração doloroso, viúvo
e obediente
De minha mãe.
FernandoLeiteFernandes
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