É TUDO MUITO, MUITO GRAVE!

O deputado federal Anthony Garotinho acusou a Policia Federal de agir, clandestinamente, sob as ordens do ex-Secretário Nacional de Segurança Pública, Luiz Fernando Corrêa, e, sem autorização judicial, grampear telefones da prefeita de Campos, secretários municipais e do dirigente do seu partido, no Município, seu filho, Wladimir.

Como se isso já não fosse extremamente grave porque, se é verdade, viola o estado Democrático de Direito, o deputado vai além e afirma que a ação serviu a uma tentativa de “chantagem” contra ele.

Mas, ainda há ingredientes mais explosivos nesse caldo, o deputado revela que foi informado do grampo por policiais da própria corporação, ou seja, carimbou, definitivamente, que é uma autoridade com informações privilegiadas. E completou da tribuna da Câmara, dirigindo-se ao presidente do Legislativo, Marco Maia, “o senhor sabe que fui secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro”.

A condição de secretário de Segurança deveria ser circunstancial e provisória e não, um status vitalício, com suas prerrogativas. Pelo menos mortais comuns acreditam nessa máxima republicana.

Não custa lembrar que o deputado de hoje já foi investigado pela Policia Federal, teve, inclusive, suas casas (a do Rio e a de Campos) vistoriadas por policiais, com mandados de busca e apreensão, que, diga-se de passagem, não encontraram nada.

Também no pós operação Telhado de Vidro, em Campos, quando autoridades foram presas e houve buscas e apreensões, o ex-secretário de Segurança do Rio, na condição de animador de programa de Rádio executou CDs com gravações que se imaginavam sigilosas e peças do processo.

Enfim, a denúncia do deputado Garotinho contra uma instituição que se notabilizou por sua ação saneadora contra os crimes sob sua jurisdição não se esgotou e nem pode ficar à sombra da imunidade parlamentar. Ela enseja muitas respostas à sociedade, sob pena de não respondidas, levantarem muitas suspeitas e macular biografias.