Qualquer semelhança com o tempo presente, não é mera coincidência. É intencional.
MITÔMANO
Estão atrás de mim
Os moinhos de vento,
Os dragões de papel,
Os bedéis,
Os bacharéis,
Os coronéis
E todos os juízes
E todas as atrizes
E as Meretrizes de todos os matizes.
Correm atrás de mim
Cavalos alados,
Pigmeus de jardim,
Os mandarins,
Soldados de marfim,
Arautos do meu fim.
E quando não há ninguém
eu mesmo corro atrás de mim.
Perseguem-me
Gigantes de aço,
O polvo dos mil braços,
As volantes do cangaço.
Fujo dos girondinos,
dos jacobinos,
dos florentinos,
de todos os meninos que
como eu, resistem em crescer.
Os anjos da noite
Me espreitam
Nas esquinas,
Sou maldito fruto
Entre as meninas,
O menos cobiçado arlequim
Do carnaval.
Sobre mim
A fúria dos calvinistas,
Dos kardecistas,
Dos luteranos,
Sem contar a conspiração
do Vaticano.
Deus e o diabo
Ameaçam me devorar.
Contudo, resisto, inimigos de todos os reinos,
Senhores dos impérios mais distantes,
Algozes gigantes do alto dos arranha-céus.
Sei que até os desconhecidos
querem meu fim,
pela mais insana inveja,
porque sou protagonista
da mentira que inventei
pra mim.
FernandoLeiteFernandes
Eu não quero seu fim!! estou adorando seu blog...confesso que quando vc era amigo dos pequenininhos eu até queria! rsrsrss!
ResponderExcluirlindo poema!