Antonio Carlos Paes se foi. Sua despedida agrava o processo de extinção de uma raça, a dos repórteres do Rádio AM, o Rádio romântico, que exige ainda de quem ousa fazê-lo, rapidez de raciocínio, fluência verbal e coragem serena, que é muito diferente da bravata baldia.
Antonio Carlos é de uma linhagem de grandes comunicadores, é contemporâneo de Andral Tavares, Salvador Macedo, Luiz Paulo Ribeiro, Josélio Rocha, Amaro Lírio, José Salles, Wilson Geraldo, Anthony Matheus, Barbosa Lemos, Roberto Azevedo, Cacau Borges, Olavo Cardoso, José Nunes da Fonseca, João Oliveira, Ângelo Marcos, Antonio Cláudio, Nicolau Louzada e outros tantos, cujos nomes me fogem. Minha memória está embotada pela emoção.
Antonio Carlos foi parceiro de operadores históricos, como Herval Rolinha, Canjiquinha, Alceir Belmiro, Elias Azevedo, Gugu, Artur Choquito e mais outros profissionais, que formavam duplas prodigiosas com os comunicadores, os animadores de estúdio.
Antonio era do Rádio de Mário Ferraz Sampaio, o Rádio desbravador, companheiro das grandes solidões de homens e mulheres, brasileiros dos rincões mais afastados do centro urbano.
Antonio Carlos Paes não fazia só um programa de Rádio elegante, democrático, instigante e investigativo, fazia profissão de fé. Tem em seu currículo reportagens memoráveis, verdadeiros documentos históricos.
A partida de Antonio Carlos Paes deixa seus ouvintes mais sozinhos e a nós, seus companheiros, sobressaltados. Somos cada vez menos.
Além de ter tido grandes parceiros e fazer parte da História do Rádio, como bem descrevestes, caro Fernando, Antônio Carlos Paes era um ser humano raro, daqueles que quando Deus concebeu, fez questão de jogar fora a forma, pois certamente pensou: "Outro igual nem eu, Deus, consigo fazer". Agora, com certeza, Antônio Carlos já está ao lado Dele, zelando por nós, seus amigos, que aqui ficamos.
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