NOVA CONFIGURAÇÃO DA CÂMARA

A direção municipal do PPS deu o primeiro passo, no sentido de fazer com que funcione, organicamente, sua bancada na Câmara. Substituiu sua liderança e definiu um perfil de clara oposição. Saiu a vereadora dona Penha, mansa governista, e assumiu Rogério Matoso, ativista da esquerda, no parlamento goitacá, como informei, no início da tarde desta quarta, 26.
O segundo passo será dado nos próximos dias, quando o partido vai deliberar, em assembléia ordinária, sua condição de oposicionista ao governo municipal. A partir de então, a bancada será orientada para atuar programaticamente, sob pena de pecar por infidelidade, quem contrariar as orientações do comando partidário.
Em tese, o PPS vai inteiro para o campo da oposição. Nesse caso, o placar, na Câmara, ficaria 9 a 8 para o governo.
Mas a história não finda aqui. O vereador Abdu Neme tem feito gestões no mesmo sentido, no PSB, cuja bancada tem, além de Abdu, os vereadores Altamir Barbara e Jorge Rangel. Lá também, no arraial socialista, a discussão é desembarcar os vereadores do bonde governista.
Diferente do PPS, o PSB não esboça nenhum movimento ainda. Permanece na sombra e aguarda uma questão que lhe é cara: o comportamento da bancada oficial em relação às contas do último ano de exercício da gestão Mocaiber. Depois decide.
O fato concreto é que a nova postura do PPS, por si só, impõe uma nova geopolítica no plenário da Câmara. Com margem de vantagem restrita a um único voto, o governo terá que andar no arame, sem rede de proteção.