terça-feira, maio 25, 2010

CARNAVAL OFICIAL: UM BEM OU UM MAL?

Um grupo de carnavalescos de Campos está com a lei que oficializa o carnaval embaixo do braço. A idéia é criar uma nova relação dos dirigentes das agremiações com o governo municipal, a partir do que estabelece o artigo 1º: “fica oficializado o carnaval campista, passando a ser ORGANIZADO E DIRIGIDO PELO PODER PÚBLICO MUNICIPAL”. A leitura do texto legal, pela turma do samba, é que ficam extintos, por conseguinte, os intermediários, tais como associações de escolas e bois pintadinhos, união de blocos e liga das escolas de samba.
A lei é omissa em muitos aspectos, sobretudo, porque não define fonte de custeio, nem aponta forma de repasses. Deixa antever, que escolas, blocos, ranchos e bois pintadinhos viram penduricalhos oficiais, numa discutível tutela do Poder Público sobre as instituições carnavalescas, o que representará, nesse sentido, um atraso. O carnaval é na concepção contemporânea uma festa de subversão da ordem e não, um evento, no pior estilo funcionário público. Quadrado, chato, convencional.
Na principal vitrine do Carnaval, no Rio de Janeiro, as escolas, hoje são empresas S.A, cabendo à prefeitura carioca, apenas, a administração do palco dos desfiles, o sambódromo, idealizado pelo sociólogo Darcy Ribeiro, no início da década de 80.
O cumprimento da lei de oficialização pode mudar os desfiles de Carnaval. A pergunta é: pra melhor? Ou vamos de vez para a contramão da história? O governo, por ora, faz ouvidos de mercador.
O projeto de autoria do então vereador, Edson Coelho dos Santos, sob o número 165/89, virou lei sancionada pelo prefeito da época, Anthony Garotinho, com o número 4.923, de 3 de novembro de 1989.

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