Os intelectuais adoram classificar o carnaval brasileiro como ópera popular. Grandiloqüente em todos os sentidos. Mas é preciso, no entanto, contextualizar essa assertiva. Isso se dá no sambódromo carioca, palco internacional das escolas, que há algum tempo, são entidades auto-sustentáveis e S.A. Em São Paulo, a história é outra. Lá, as escolas também são grandes, mas, sem exceção, quadradas, sem graça, cafonas, “o avesso, do avesso, do avesso, do avesso”.
E em Campos, compadre? Ah, em Campos, somos o “terceiro carnaval do Brasil” (de baixo pra cima!). Esse ano, então, a crise é psicodélica – sem querer fazer trocadilho infame com o bloco do Morrinho. Justamente, quando as contradições do nosso pobre carnaval estão latejando como fratura exposta, a prefeitura leva esse enredo tosco para uma superavenida de desfiles, sem concorrência dos megashows do Farol e traz para abrir a festa, a escola Porto da Pedra, de São Gonçalo e a comissão de frente da Unidos da Tijuca, campeã deste ano, ou seja, a casa grande do carnaval do Rio.
Depois da apoteose, haja coração. Vão passar as corajosas entidades de Campos, heroínas da resistência, terreiro do samba, mas, contudo e apesar de tudo, Viva Dalvino Costa, Viva Eli Miranda, Viva Jorge Chinês, Viva Waldo Pessanha, Viva Verton Nunes, Viva...
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