domingo, março 04, 2018

ENTREVISTA CONCEDIDA AO JORNAL O DIARIO

O Diario


Fernando Leite diz que vai ajudar Governo ampliar debate construtivo com sociedade

“Política pra mim, não é um embate para derrotar o adversário, é uma ação cívica para construir o coletivo”, a frase é do ex-deputado estadual, Fernando Leite, 56 anos, que retomou suas atividades políticas na última quinta-feira (1º), quando assumiu a subsecretaria de Governo da Prefeitura de Campos. O convite foi feito pelo prefeito Rafael Diniz (PPS).  Com passagens por várias funções na vida pública, o jornalista e blogueiro estava afastado da política desde quando descobriu a doença de Parkison, há cinco anos. Sua última função foi coordenador de imprensa do Norte do Estado do Rio de Janeiro.  Em entrevista ao jornal O Diário ele faz um resumo sobre sua Participação no Muda Campos, que elegeu Anthony Garotinho prefeito de Campos pela primeira vez. há cerca de 30 anos, e a situação atual do município.
O Diário (OD) – Você tem apenas dois dias de nomeado na Prefeitura de Campos. Qual será a sua função no governo do prefeito Rafael Diniz?
Fernando Leite (FL): Minha tarefa, ao lado do secretário de Governo, Alexandre Bastos é a de cuidar da organicidade da administração, otimizar os diferentes setores do Poder Público local no sentido de alcançar maiores e melhores rendimentos para a população, ao mesmo tempo em que, sob a orientação do prefeito Rafael Diniz, ampliar o debate construtivo com a sociedade.
OD – Como você avalia o governo?
FL- Como integrante do governo, tenho poucos elementos, ou quase, nenhum para fazer uma análise política aprofundada. Acho que, em Campos, há duas situações distintas, a oposição incentiva a população a criticar as consequências, mas não tem coragem de discutir, de forma responsável, as verdadeiras causas que levaram o Município a este estágio de extrema dificuldade financeira. A missão do prefeito, nesse sentido, é muito difícil, porque o que lhe coube, ao final da farra dos últimos 8 anos, é pagar a conta dos delírios que a população assistiu e rejeitou nas urnas.

Ex-deputado estadual Fernando Leite retorna à vida pública com disposição e experiência para contribuir com a administração de Rafael Diniz. – Foto: Facebook/Divulgação
OD – Tanto no seu Blog como em sua página Facebook, você dizia que o prefeito que se elegesse nas últimas eleições teria que fazer a curva do movimento Muda Campos, o qual você integrou. Como seria está curva?
FL- Sem querer fazer juízo de valores, sou forçado a dizer que o Muda Campos instituiu um novo ciclo na Política local e foi o marco regulatório do fim de um modelo de gestão, que se ancorava na indústria canavieira, no tradicionalismo religioso e sob comando de uma geração de políticos com a idade bem avançada. O Muda Campos fez este rompimento histórico, mas no curso de sua marcha, o Movimento foi tomado de assalto pelo seu maior líder, o Garotinho, que o transformou em uma alavanca para sua ascensão política e pessoal. A curva, a qual me refiro, é a necessidade de que cada gestão avançasse na melhoria das condições urbanas e fosse preparando Campos para o futuro, com obras estruturais. Mas veja como acabou a teimosia política do Garotinho. Veja o Município que depois da fortuna dos royalties do petróleo, ainda sofre das mazelas de 20 anos atrás.
OD – Mas é visível que a cidade evoluiu em alguns pontos. Como ruas nas periferias asfaltadas, grandes avenidas, quatro hospitais de grande porte e inúmeras UBSs. No seu ponto de vista os royalties, foram benéfico ou maléfico para Campos?
FL- Obviamente que algumas coisas mudaram para melhor, mas se você fizer uma equação de custo/benefício você vai ver que o que se gastou, em Campos, de forma intuitiva, sem planejamento, daria para fazer 3 cidades do tamanho da nossa. Uma questão que os políticos, via de regra, têm medo de tocar é a da política pública de assistência social. A grande verdade é que, aqui e de resto, no Brasil, esta política não é de distribuição de renda como é apregoada, é de criação de reserva eleitoral. Não é justo afirmar que o Muda Campos errou em tudo, mas também é correto afirmar que poderia ter feito muito mais do que fez. E eu me incluo entre os que tem responsabilidade nesse erro político.
OD – Sua geração revelou vários políticos que ocuparam diversos cargos nas esferas municipais, estadual e federal. Temos uma nova geração que vem surgindo neste novo tempo. Qual é diferença com o grupo de 30 anos atrás?
FL – São muitas as diferenças e não posso cair na água rasa do maniqueísmo de certo e errado, jovem e velho. A minha geração surgiu num cenário, completamente, diferente do atual. Somos, em sua maioria, militantes contra o modelo que vigorava no Brasil, sob o comando dos militares. Somos filhos da abertura política, da anistia aos exilados, então, trazemos a marca da ideologia na qual nos formamos. Nesse sentido, levamos uma certa vantagem sobre a geração de agora, que faz política na maior crise política da história do Brasil. A geração de hoje é a geração Lava Jato, os exemplos da política é o da corrupção, da roubalheira. A grande crise é moral. Fazer política, hoje, no Brasil não é para qualquer um.

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