(Atualizado)
Garotinho acaba de ser levado para o Quartel central dos Bombeiros |
Por
RJTV
22/11/2017
13h07 Atualizado há menos de 1 minuto
Anthony
Garotinho foi
preso no apartamento da família no Flamengo, na Zona Sul do Rio, e
levado para a sede da Polícia Federal onde ficou até às 11h,
quando ele foi levado para o IML para exame de corpo de delito. Ele
saiu da sede da PF sob gritos de “bandido” e “corrupto” de
populares que
estavam na porta da instituição. Rosinha Matheus foi detida em
Campos dos Goytacazes, no norte do RJ.
As
investigações apontaram que Garotinho cobrava propina de
empresários em licitações da Prefeitura de Campos e depois cobrava
dinheiro para que os contratos fossem honrados. Eles são acusados de
corrupção, organização criminosa e falsidade na prestação de
contas eleitorais.
Segundo
Ministério Público, após ser pressionado por Garotinho, Antonio
Carlos (presidente do Partido Republicano) pediu que a JBS
conseguisse mais R$ 4 milhões para a campanha, ficando combinado,
por fim, o pagamento de mais R$ 3 milhões, dinheiro oriundo de
propina, para selar apoio do PR ao PT e ao PMDB, dinheiro que foi
destinado, segundo o MP, a outra conduta ilícita, que era custear
despesas do grupo político de Garotinho sem a devida declaração
nem comprovação.
“Durante
as investigações, a PF e o Ministério Público Estadual
identificaram elementos que apontam que uma grande empresa do ramo de
processamento de carnes firmou contrato fraudulento com uma empresa
sediada em Macaé/ RJ para prestação de serviços na área de
informática”, destacou o documento do Ministério Público que
pediu a prisão dos ex-governadores. A empresa, no caso é a JBS.
A
realização de serviços, no caso, era apenas uma fachada para
negócios irregulares. “Suspeita-se que os serviços não eram
efetivamente prestados e que o contrato, de aproximadamente R$ 3
milhões, serviria apenas para o repasse irregular de valores para a
utilização nas campanhas eleitorais”, afirmou o pedido.
Os
promotores do MP-RJ afirmaram ainda que, entre janeiro de 2009 e
dezembro de 2016, período em que Rosinha Matheus ocupou o cargo de
prefeita de Campos dos Goytacazes, os envolvidos na denúncia
“associaram-se em organização criminosa, inclusive com o emprego
de arma de fogo, de forma estruturalmente ordenada e caracterizada
pela divisão de tarefas, com o objetivo de obter, direta e
indiretamente, vantagens financeiras, inclusive sob a forma de
doações eleitorais”.
Anthony
Garotinho dentro da sede da Polícia Federal, na Zona Portuária do
Rio (Foto: Gabriel Barreira/ G1)
Prefeito de fato
Ainda
de acordo com o Ministério Público, Anthony Garotinho exercia um
cargo de comando desta organização criminosa, enquanto Antônio
Carlos Ribeiro da Silva, conhecido como “Toninho”, era o braço
armado do grupo. De acordo com a denúncia, empresários informaram à
Polícia Federal que o ex-governador cobrava propina nas licitações
da Prefeitura de Campos, exigindo o pagamento para que os contratos
fossem honrados.
Segundo
o documento, Garotinho determinava ou vetava pagamentos às empresas
contratadas, agindo como prefeito de fato, com a concordância da
prefeita eleita nas urnas, sua esposa.
“Assim, tinha o primeiro denunciado Anthony, poder de subjugar as empresas e seus sócios aos seus comandos, de modo que a não contribuição para campanhas eleitorais poderia ensejar prejuízos em relação aos legítimos direitos da empresa, principalmente em relação ao recebimento de valores devidos pelo Município”, explica o documento do MP-RJ.
“Assim, tinha o primeiro denunciado Anthony, poder de subjugar as empresas e seus sócios aos seus comandos, de modo que a não contribuição para campanhas eleitorais poderia ensejar prejuízos em relação aos legítimos direitos da empresa, principalmente em relação ao recebimento de valores devidos pelo Município”, explica o documento do MP-RJ.
Em
novembro do ano passado, o ex-governador foi preso em outro processo,
acusado de chefiar um esquema de pagamento de R$ 11 milhões no
programa social “Cheque Cidadão”em troca de votos. Depois da
prisão, Anthony Garotinho passou mal e foi levado para o Hospital
Souza Aguiar, no Centro do Rio. Na ambulância, ele resistiu a
transferência para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu,
na Zona Oeste do Rio. Depois de oito dias preso, ele foi solto por
decisão do Tribunal Superior Eleitoral.
Em
setembro deste ano, o Garotinho foi preso novamente por causa do
programa Cheque Cidadão. Ele foi levado pela polícia quando
apresentava o programa “Fala, Garotinho”, na Rádio Tupi e
cumpriu prisão domiciliar em Campos por 15 dias, até ser liberado
pela justiça eleitoral.
Nesta
ação, Anthony Garotinho já tem uma condenação em primeira
instância de nove anos, 11 meses e 10 dias de prisão.
Garotinho
divulgou uma nota oficial em que atribui a operação de hoje a mais
um capítulo da perseguição que diz estar sofrendo. Ele afirmou que
nem ele e nem nenhum dos acusados cometeu crime algum. Ele reforçou
que a operação de hoje não tem relação alguma com a Lava Jato.
O
PR ainda não se manifestou sobre as prisões. O RJTV não conseguiu
contato com os outros citados na reportagem.
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