Em
visita-relâmpago ao Rio de Janeiro neste domingo (30), o presidente Michel
Temer afirmou que a ação de tropas federais no estado pode ser prorrogada. Ele
deu a declaração ao lado do governador Luiz Fernando Pezão, do prefeito do Rio
de Janeiro, Marcelo Crivella, e de ministros e deputados cariocas.
Temer foi à
capital do estado para supervisionar o comando das operações federais de segurança pública em
território fluminense. A viagem só foi divulgada neste domingo pela assessoria
de imprensa da Presidência.
"Este é um
primeiro momento, uma primeira fase que será sequenciada por várias fases. E no
meu decreto assinado na sexta-feira, eu fixei, por razões do ano fiscal, que
essa operação [das tropas federais no estado] se dará até 31 de dezembro de
2017. Mas nada impedirá que, no começo do ano, nós renovemos esse decreto para
fazermos vigorar até o final de 2018", disse o presidente, em uma
declaração à imprensa.
"E,
evidentemente, tudo isso poderá indicar que a ação conjunta, coordenada dessas
forças de segurança possam ampliar-se depois, para os anos seguintes",
complementou.
Depois da
declaração, Temer fez um sobrevoo pela região na qual as tropas federais estão
atuando.
Logo depois do
sobrevoo, o presidente retornará à Brasília, onde se reunirá com ministros e
parlamentares aliados para fazer o ajuste fino da estratégia que será
empregada para tentar barrar a denúncia de corrupção no plenário da Câmara.
Os 10 mil homens de forças federais começaram sua operação na
sexta-feira (28), no Rio. Na sexta e no sábado, fizeram
blitzes em vias expressas e rodovias, como o Arco Metropolitano e a Linha
Vermelha, e percorreram alguns bairros de diferentes áreas da Região
Metropolitana, inclusive zonas turísticas.
Na madrugada
deste domingo, porém, uma equipe da TV Globo percorreu algumas das principais
vias expressas do Rio e não encontrou nenhuma operação de policiamento dos
militares das forças armadas nelas.
Discurso
Durante o
discurso, Temer destacou que as ações coordenadas de segurança no estado vêm
sendo planejadas há cerca de seis meses. Segundo o presidente, desde a última
sexta (28), com a presença de tropas federais no estado, já foi possível
concluir que o índice de criminalidade diminuiu.
Veja a íntegra
da fala de Temer no RIo:
Boa tarde a todos e
a todas.
Eu quero fazer uma
breve declaração, tendo em vista os últimos acontecimentos, menos recentes e
mais recentes.
Os menos recentes
dizem respeito à insegurança que grassava aqui na cidade e no estado do Rio de
Janeiro. Uma preocupação constante de todos os cariocas, mas também preocupação
de todos os brasileiros. E particularmente do governo federal.
Eu quero registrar,
ao lado do governador Pezão, ao lado do prefeito Crivella, ao lado do ministro
da Defesa, do ministro da Justiça e Segurança Pública, dos ministros do meu
governo, dos deputados federais, estaduais, de todos que aqui se acham.
Eu quero comentar
com os senhores e com as senhoras que, ao longo desses últimos cinco, seis
meses, nós temos feito em Brasília seguidas reuniões, sempre com muita
discrição, tendo em vista a temática lá tratada, mas tratando precisamente da
questão da segurança pública. E, no particular, a segurança pública aqui no
estado e na cidade do Rio de Janeiro.
E toda esta
discussão que se deu para esta organização tinha por base a ideia da integração
dos setores de inteligência, fossem das Forças Armadas, da Polícia Federal, da
Polícia Rodoviária Federal, da Polícia Militar do Rio de Janeiro, da Polícia
Civil, enfim, dos variados setores, já que os órgãos de inteligência pouco se
comunicavam entre si.
E foi a partir
destas reuniões que, de uma forma, pela via era surpresa, porque os senhores
sabem que eu publiquei o decreto de intervenção às 13 horas, às 13 [horas] e 10
minutos, e as tropas chegaram aqui no Rio de Janeiro às 14 horas.
Em primeiro lugar,
fazendo uma visibilidade extraordinária, que eu percebo que já foi aplaudida
pelo povo carioca. Mas ela comporta várias fases, como já esteve dizendo o
ministro Raul Jungmann, serão várias fases dessa operação. Uma segunda fase
cuidará exatamente do combate mais direto, muito objetivo em relação às
organizações criminosas, à questão das armas - porque é um tópico, prefeito,
muito preocupante aqui, no Rio de Janeiro, o número de armas que se alardeia
aqui existentes no Rio de Janeiro -, de igual maneira ao tráfico de drogas,
enfim, às organizações criminosas em geral.
Ou seja, este é um
primeiro momento, uma primeira fase, que será sequenciada por várias fases. E
no meu decreto, assinado na sexta-feira, eu fixei, por razões do ano fiscal, que
esta operação se dará até 31 de dezembro de 2017. Mas nada impedirá que no
começo do ano nós renovemos este decreto para fazê-lo vigorar até o final de
2018. E, evidentemente, tudo isto poderá indicar que a ação conjunta,
coordenada, destas forças de segurança possa ampliar-se depois para os anos
seguintes.
Eu acabei de
receber um relato muito circunstanciado, muito pormenorizado, do que está sendo
feito, e a primeira conclusão que se teve é que já diminuiu nesses dois, três
dias, enormemente o índice de criminalidade. Especialmente no tópico do roubo
de cargas.
Agora, o formidável
desta ação é a coordenação extraordinária que está existindo entre as forças de
segurança federais e estaduais, e agora até por sugestão do prefeito Crivella,
também da guarda municipal.
Eu tenho a mais
absoluta convicção de que esses trabalhos que fizemos ao longo do tempo,
portanto, tendo o cuidado de não praticar, digamos, gestos episódicos, ou seja,
você coloca aqui a Força Nacional, a Polícia Rodoviária Federal, as Forças Armadas,
a Polícia Civil, a Polícia Militar, por alguns dias, por um mês que seja, sem
nenhuma coordenação, e pacifica, resolve durante um mês, dois meses, e depois
desastra ainda mais, para usar um neologismo.
Mas estas ações,
volto a dizer aos senhores e às senhoras da imprensa que nós estamos planejando
isto há bastante tempo. E vejam que as nossas reuniões não vazaram, foram sendo
feitas - tampouco a operação -, foram sendo feitas, realizadas - é assim que um
governo integrado por ministros como aqueles que me cercam, ministro Meirelles,
ministro Moreira, ministro Jungmann, ministro Torquato, enfim, todos que estão
aqui, com deputados federais, um governo sério se comporta dessa maneira, e
assim que estamos nos comportando.
O povo do Rio que
tem colaborado, aliás, a maior expressão da autoridade é exatamente o povo.
Então o povo, Índio da Costa, tem colaborado enormemente com estas ações.
Começa pelo aplauso, mas começa também com a ação concreta que o povo do Rio de
Janeiro poderá realizar em apoio às forças que aqui se encontram.
Muito obrigado a vocês
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