segunda-feira, maio 07, 2012

CARTA DE INDIGNAÇÃO

Ainda hoje eu tenho, pelo menos, 3 importantes postagens à fazer. No entanto, ao abrir minha caixa de mensagens encontrei este e-mail que anuncia uma CARTA DE INDIGNAÇÃO de uma filha que lutou desesperadamente para acompanhar seu pai adoentado, internado há quase 30 dias, no Hospital Ferreira Machado.

É uma carta pungente, verdadeira, sofrida e deve refletir o sentimento de muita gente que está em situação semelhante, neste momento. Vou deixar para amanhã, 8, os outros assuntos que pretendia abordar. Hoje o que me ocorre é colocar este blog modesto à serviço do amor filial ferido de morte de uma cidadã de Campos. Leia e faça seu juizo:

Boa noite Fernando .

Esta carta em anexo foi escrita no dia 29 de março de manhâ.
Infelizmente à noite meu pai faleceu.
A dor me adormeceu por alguns dias mais a revolta e indignação
continua , ainda maior pois perdi meu pai e muitos outros pais, mâes,
filhos vão morrer abandonados a própria sorte.
Não sei se a publicação desta carta hj seria válido mais sinto a
necessidade de lutar , de não me calar como cidadã que paga imposto,
vota, e quer um municipio mais digno pra viver.
Não tenho vendas nos olhos e gostaria muito que a cortina de fumaça
que envolve algumas pessoas fosse dissipada.

Att,

Raquel


A CARTA

Carta de Indignação

Hoje dia 29 de março  completa 30 dias de luta com meu pai adoentado e internado no Hospital Ferreira Machado. Estou nestes últimos dias num misto de dor, angustia, impotência e indignação.
A cidade de Campos fez no dia de ontem 177 anos e estamos assistindo a comemoração deste aniversário com a inauguração do CEPOP que segundo a administração é o sonho de muitos.
Inegável que o espaço ficou lindo mais existe prioridades.
Sinceramente não consigo acreditar que pessoas sonhem em ter um espaço como este e não sonhem em ter um Hospital descente, uma saúde de qualidade, uma educação igualitária, qualidade de vida.
O que assisto nestes dias, revolta, repulsa... a saúde vive um momento caótico onde as pessoas são desrespeitadas, violentadas, mais do que sua própria moléstia. O respeito com o doente acaba no momento em que ele se encontra entregue a própria sorte. A Saúde Pública necessita de um olhar especial.
Graças a Deus neste caminho tortuoso encontramos pessoas competentes e profissionais responsáveis dispostos a se doar pelo que faz. Mais não é regra.
Sinto uma sensação horrível de engessamento, de mão atadas diante da situação do meu pai e todas as outras pessoas que encontro pelo caminho.
Acho que este cenário pode ser mudado sim, mais não com os atores na novela atual.  Novos aspirantes precisam surgir com ânimo suficiente para transpor o vício e sair da zona de conforto.
Este mês mexeu e ainda mexe com sentimentos adormecidos e vontade de não me calar. TEMOS SIM DIREITOS E NÃO SÓ DEVERES.
Qualidade de vida é o que queremos. Educação de qualidade, Saúde, trabalho, Alimentação, Segurança, Lazer...Tudo na sua devida ordem, sem pular, nem atravessar nenhum destes requisitos.
Estas palavras estavam presas e  precisavam ser ditas  para outras pessoas além de mim, que sofrem as mesmas mazelas , mais não podem falar, não conseguem ou simplesmente já foram caladas pelo comodismo sintam um pouco de conforto.
A indignação continua, a dor aumenta e só ....somos reféns do sistema e nada podemos fazer diante disto.
Se compadecerem deste sentimento , compartilhe.

Att,
Raquel

5 comentários:

  1. Realmente a saúde pública é o câncer q nos atinge. Lamentável é este hospital Ferreira Machado. Uma verdadeira indecência

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  2. A dor da perda é para sempre, a emoção do CEPOP é momentânea.
    E ainda se dizem cristões.
    Hipocrisia, o que querem é arrecadar votos para garotinho disputar a eleição ao Estado.
    "Vamos construir casas populares para o povo".
    Que ótimo não?
    Mas se não fossem superfaturadas dariam para fazer o triplo de casas.
    Mais uma vez o povo sofre e alguns espertalhões enchem seus bolsos de dinheiro, nosso dinheiro.
    Carlos Eduardo
    PS. Qualquer semelhança com nossa cidade é mera coincidência.

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  3. A saúde pública é o próprio câncer. Lamentável e, ao mesmo tempo, honrável ler isso. Parabéns pela iniciativa, Raquel. Vamos hastear a bandeira da indignação e colocar a da saúde pública a meio mastro

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  4. Minha cara Raquel, os atores que aí estão são pífios, medíocres e previsívelmente nanicos em suas ações e sempre prontos para fazer de cada um de nós, instrumento para sua mesquinhez.Ao voto de confiança que lhe fora depositado há anos atrás e que permitiu-lhe alçar voo, respondeu com um apequenamento ainda maior e com uma volta para NOSSA cidade, em seu( da cidade) talvez momento único de crescimento verdadeiro visto aos BILHÕES de possibilidades de fornecer QUALIDADE de vida a esta população tão marcada pelo sofrimento e pelos grilhões .Mas o que esta população recebe é o desprezo e a DESLAVADA suspeita(?) de desvios do dinheiro PÚBLICO como nunca visto( e olha que supunhamos já ter visto tudo!)
    Precisamos todos cara Raquel, e por TODOS entendamos as pessoas DIGNAS E BEM INTENCIONADAS DESTA TERRA,fazer coro, para ,quem sabe assim,nossas vozes, em uníssono seja ouvida pelas instancias superiores,por atores do bem , pessoas bem intencionadas e distantes desta antes formosa terra Goitacá, berço de José do Patrocínio e tantos outros que, de um modo ou de outro,lutaram, para além de Campos, para fazer da terra ¨brasilis¨um espaço livre e digno para nós brasileiros .Campistas de fibra e dignidade que elevaram o nome de NOSSA cidade NOSSO amor!

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  5. Meu Deus!!!! A saúde de Campos é um absurdo!!!!! Sei exatamente o que a Raquel sentiu ao tentar fazer algo pelo seu pai.
    Eu também passei há 3 anos atrás com o meu pai a mesma peregrinação no Hospital Ferreira Machado, que dizem ser o referencia da região. Nem quero imaginar como são os outros!!!!!
    Graças a Deus, meu pai ainda está comigo, com sequelas de um AVC hemorrágico. Passei 25 dias dentro da quele Hospital e precisava mendigar por vagas, exames, etc. E vejam bem, já se passaram 3 anos e a situação continua a mesma. É por isso que eu gritava e exigia os meus direitos, porque nós é que pagamos por aquilo lá. O hospital é público, portanto é nosso. É preciso ter mais compromisso e solidariedade com as pessoas.Os veradores e deputados fazem tantas leis idiotas, porque não criam uma lei, em que os políticos e seus familiares só possam ser atendidos em hospitais públicos. Aí sim, acho que a coisa ia melhorar.
    Que ridículo!!!!! Dar mais atenção ao Cepop, que as verdadeiras necessidades da população.Sabe o que é Raquel? Dentro do Hospital só os miseráveis veem o que acontece, mas um sambódromo iluminadíssimo num lugar estratégico da cidade tem um super visibilidade. Como se a cidade fosse perfeita.
    Raquel seu pai se foi, mas sua atitude de denunciar foi nobre. Temos que esperniar e gritar por nossos direitos.
    NÃO QUEREMOS O MAIOR PALCO DA AMÉRICA LATINA!!!! QUEREMOS O MAIOR E MELHOR HOSPITAL DA AMÉRICA LATINA!!!! OUVIU PREFEITA??????
    Que me desabafo sirva pra implsionar outras pessoas a lutar por seus direitos.

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