quarta-feira, outubro 21, 2015

SAÚDE MUNICIPAL: AMEAÇA DE PORRADA!

(JORNAL TERCEIRA VIA)


Data: 21/10/2015 - 00:01:01

Conselheiro de saúde ofende e tenta agredir diretor do Grupo IMNE

Médicos, pacientes e enfermeiros testemunharam as ofensas e contiveram o agressor Estevão de Azevedo



Diante de médicos, pacientes e enfermeiros, o conselheiro relator do Conselho Municipal de Saúde Estevão Souza de Azevedo ofendeu e tentou agredir o diretor do Grupo IMNE e médico oncologista Diogo Neves. Assista ao vídeo clicando na segunda imagem acima. As dezenas de pessoas que aguardavam a reunião – inclusive o relator - receberam a informação de última hora sobre o cancelamento do encontro que discutiria a inabilitação do Grupo IMNE para o atendimento no tratamento de pacientes com câncer e insuficiência renal pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Somente a imprensa foi avisada – com antecedência - do cancelamento da reunião do conselho.

A reunião – marcada para as 19 horas desta terça-feira (20) - acabou cancelada por causa de uma investida da prefeita Rosinha à Santa Casa. Segundo os presentes à secretaria de Saúde - pelas imagens - Estevão parecia demasiadamente irritado com a presença de todos – que buscavam uma justificativa para o cancelamento de tão importante reunião. Diante de todos os presentes, ele se descontrolou e começou a confrontar um paciente, perguntando "quem é você, rapaz?" e a ofender moralmente a Diogo Neves – que fora ao local somente para participar do encontro que era de seu interesse profissional. Estevão teve de ser contido por enfermeiros e pelo advogado Cláudio Andrade para que a agressão não fosse consumada. Transtornado, ele repetia: "Você é um pilantra. Você não é médico. Você é um merda". Diogo evitou devolver as ofensas e disse: "Você tem que respeitar as pessoas. Eu trato as pessoas. Eu ajudo as pessoas. Você faz parte do conselho por quê?". As imagens do vídeo são claras e não deixam margem para desmentidos.

Ao dizer que Diogo Neves não era médico, Estevão cometeu um ato falho. O nome do conselheiro relator do Conselho Municipal de Saúde, Estevão Souza de Azevedo, não consta nos registros do Cadastro Nacional dos Advogados - mantido pelo Conselho Federal da OAB, que exerce a função de fiel repositório do cadastro de todos os advogados do Brasil. Essa mera constatação - feita por consulta ao site da OAB - levou Estevão a dizer que o jornal Terceira Via lhe imputara crime de corrupção. Mais calmo, ele disse que tem muita coisa envolvida nesta polêmica envolvendo o CMS e o Grupo IMNE. Outro ato falho.

Perguntado por uma médica para onde irão os pacientes com câncer ou renais que ficariam desassistidos pela decisão do conselho, Estevão não respondeu e se limitou a dizer: "O processo não acabou".

Há alguns dias, o Conselho Municipal de Saúde, então presidido por Edgard Andrade Corrêa, desabilitou o Grupo IMNE sob a alegação de que a administração do Hospital Geral Dr. Beda não teria apresentado documentos necessários para dar continuidade à prestação do serviço. Edgard substituía naquela ocasião o presidente do CMS — o secretário de Saúde, Dr. Chicão — por ser representante dos usuários da saúde como gestor da Associação Filantrópica Projeto Pillar –entidade que teve o Certificado de Entidade Beneficente indeferido pelo Ministério da Saúde.

O diretor-presidente do Grupo IMNE, Herbert Sidney Neves, lamentou a atitude do conselheiro: “Essa agressão feita ao diretor médico do hospital depõe contra todos os outros membros do conselho que, na minha avaliação, seriam incapazes de tomar tal atitude. É um desrespeito total aos pacientes que, ansiosos diante da possibilidade por ele levantada de interrupção do tratamento, estavam ali justamente para ouvir uma palavra de esperança e não agressões a esmo”, concluiu.

A resposta do ofendido

Hoje compareci a uma reunião do conselho municipal de saúde na qual seria discutido o credenciamento de estabelecimentos prestadores de serviço ao SUS. A reunião acabou não acontecendo por motivos alheios à minha vontade. Estava lá na condição de médico oncologista que sou e, assim como vários outros presentes, buscava respostas a respeito do descredenciamento do grupo IMNE em relação ao atendimento de pacientes com câncer e renais crônicos.

Após uma hora de espera por uma satisfação de quem quer que fosse - representante do governo ou representante do Conselho Municipal de Saúde - surgiu uma pessoa que apenas se identificou como conselheiro municipal de saúde e anunciou que a reunião não seria realizada. Solicitei ao conselheiro que tranqüilizasse os presentes em relação à continuidade de seus tratamentos e, para minha surpresa, o que se viu foi um show de arrogância e grosseria com pessoas já tão fragilizadas.

Solicitei ao então conselheiro - que posteriormente vim a saber se tratar do Sr. Estevão de Souza Azevedo - que parasse de gritar com as pessoas e que tivesse respeito com os presentes. Neste momento passei a ser agredido verbalmente, moralmente e só não fui agredido fisicamente devido à intervenção de algumas pessoas presentes. Decidi me retirar, pois também não tenho sangue de barata.

Posteriormente ao ocorrido, muitas pessoas me ligaram se solidarizando e com receio que esses vídeos fossem divulgados e que afetassem - de alguma forma - minha reputação. Fico feliz com o carinho dos meus pacientes, colaboradores e colegas de trabalho, mas não é assim que eu sou. Por que do que terá valido ter passado por todo esse constrangimento se não for para mostrar a todos os pacientes, familiares e cidadãos o tipo de gente (sem generalizar) que hoje decide o futuro da saúde da gente, povo campista?

Sei que por trás de todo esse destempero do Sr. Estevão existem interesses escusos que em breve serão revelados. A quem interessa o descredenciamento do grupo IMNE? A quem interessa deixar desassistidos tantos pacientes?

O que ocorreu hoje não me intimidou, nem vai intimidar milhares de pessoas que veem em nós uma esperança de receber tratamento humano e digno. Na próxima semana, estarei na reunião do Conselho Municipal de Saúde e convoco a todos, pacientes ou não, a estarem presentes. Eles vão ter que nos ouvir!
Dr. Diogo Neves.

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